Soneto Analítico.

Os meus olhos se volumam cristalizados;

Choro ou alegria, talvez não descrevessem

Ou quiçá, seriam inanimados,

Pois impossível que outros olhos compreendessem.

Sou feito de partículas distantes,

Longínquas e diferente a tudo da Terra.

Venho do mundo dos gigantes,

E infinito é o saber que me encerra.

Mesmo, com tudo que digo, não compreendes, ainda

Ou finges jamais, em tê-lo compreendido,

Digo-te, unicamente, que não basta uma frase linda

Têm-se que desterrar do fundo, escondido

O seu teor conotativo, demonstrado implicitamente

E se perceber o verbo da ação, conjuntamente...

Rio de Janeiro, 22 de Agosto de 2003.