Lamento negro
A derradeira lágrima sentida
sulcando a morna tez, a borbulhar,
por entre os seios seus foi mergulhar,
buscando, para sí, calor, guarida;
no negro e tenro colo cai, perdida,
a cristalina gota, a tremular,
a traduzir a dor (que é tão sem par)
de ver morrer o amor de sua vida.
Morreu o seu amado em plena praça
no pelourinho, enquanto o vil feitor
sangrava a negra tez com a chibata.
Perdeu, a sua vida, o encanto e a graça
depois de ver morrer seu grande amor,
a mando da sinhá, cruel, ingrata.
Brasília, 17 de Janeiro de 2011.
Livro: Cantos de Resistência, pg. 47
A derradeira lágrima sentida
sulcando a morna tez, a borbulhar,
por entre os seios seus foi mergulhar,
buscando, para sí, calor, guarida;
no negro e tenro colo cai, perdida,
a cristalina gota, a tremular,
a traduzir a dor (que é tão sem par)
de ver morrer o amor de sua vida.
Morreu o seu amado em plena praça
no pelourinho, enquanto o vil feitor
sangrava a negra tez com a chibata.
Perdeu, a sua vida, o encanto e a graça
depois de ver morrer seu grande amor,
a mando da sinhá, cruel, ingrata.
Brasília, 17 de Janeiro de 2011.
Livro: Cantos de Resistência, pg. 47