INOCÊNCIA

Enquanto sua fome matava

Resto de trapo rodopiava na valeta

Moscas, ratos, vermes o espaço tomava.

Emboscada de males fervilhava na sarjeta.

Raquítico no lixo cambaleava

Roto, singelo, faminto sem faceta.

À cata de migalhas se esmerava

Malabariando entre lixo de receita.

Rosto sujo, olhos irrequietos.

Saco nas mãos, saco vazio.

Veste trapos, no caos do lixo aberto.

Vê! É apenas mais uma criança

A andar atrás junto um cão vadio

Que vê na lata do lixo a esperança.

Ananindeua, 09/2/08 – 14h14.

Angela Pastana
Enviado por Angela Pastana em 17/01/2011
Código do texto: T2734931
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