LUSCO-FUSCO MÍTICO
Na rua ruim de minhas arruaças
De onde nascem flores, versos líricos
Regadas em ódio, brigas e murraças
Amadas pela amada e não por críticos
Nas plumas inspiradas, penas e asas
De longe as palmas, gestos tão políticos
O gelo derretido apaga as brasas
Do lusco-fusco ofuscador e mítico
Cansado é o meu texto mesmo morto
Nascido ontem para cremação
Vertido mote em monte escroto e torto
Do falecido pensamento cão
Absurdo absorvo réu do instinto extinto
Beleza ganha o verso quando minto