SEM TI

É como estar perdido em densa brenha,

ou preso num recinto com mil ratos,

escravo dos feitiços insensatos

dos bruxos que umedecem minha lenha.

É como me esquecer qual é a senha

do meu próprio viver, secando os atos,

vagar vazio, à pena, aos desbaratos,

manchando toda paz que o bem contenha.

Vegeto, gelo os dias, tenho medo,

quanto suplício sofro em tal degredo

no qual me arrasto triste e sangro fel.

Amor, hei de escapar da lama, o lodo

da ausência tua; grande, com denodo,

nas forças que emanares aí do céu.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 13/01/2011
Código do texto: T2726196
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