SEM TI
É como estar perdido em densa brenha,
ou preso num recinto com mil ratos,
escravo dos feitiços insensatos
dos bruxos que umedecem minha lenha.
É como me esquecer qual é a senha
do meu próprio viver, secando os atos,
vagar vazio, à pena, aos desbaratos,
manchando toda paz que o bem contenha.
Vegeto, gelo os dias, tenho medo,
quanto suplício sofro em tal degredo
no qual me arrasto triste e sangro fel.
Amor, hei de escapar da lama, o lodo
da ausência tua; grande, com denodo,
nas forças que emanares aí do céu.