O RETRATO
O que haverá por trás deste olhar tão insinuoso?
Onde derrama um convite, uma promessa!
De algo que tento decifrar este jeito misterioso
Como se revelasse que um amor confessa.
Visita-me nas madrugadas... Langoroso
Com enlevo ronda minha manhã com pressa
A cuidar que não me apegue ao teu olhar mavioso
Neste enigma meus desejos... Cessa.
Oh! Olhar de sonhos enigmáticos
A podar-me tão frio, tão recatado.
Na tela a olhar-me sem vida, sem arrimo.
A encantar-me desencantos calmáticos
As agruras de um triste retratado
Onde exponho a desfazer-me em desatino.
Ananindeua, 03/02/08 – 19h04.