LAMENTO

Não sei como agüentar, pois, tudo me tortura.
Quisera eu ter carinho e apenas muito encanto
e ver agora em mim uma alegria pura
ao ouvir tua voz, um eterno acalanto.
 

De minha vida eu fiz um canto de amargura
e vejo em cada gesto apenas desencanto.
Sinto em mim um viver vazio e sem ternura
e esta dor só me traz muita tristeza e pranto

Ao perder a esperança, eu fiquei desgostosa,
pois, tudo o que perdi tinha imenso valor,
dando-me só prazer e uma vida amorosa.

Tornei-me então um ser inútil, sem calor;
a vida me iludiu, tornou-se dolorosa,
porque não mais terei doces beijos de amor!



                                                            (Soneto alexandrino)



Alda Corrêa Mendes Moreira
Enviado por Alda Corrêa Mendes Moreira em 23/10/2006
Reeditado em 08/12/2008
Código do texto: T271905