UMA CHANCE
Quem dera batesse à porta, a Esperança.
A mostrar-me, sua beleza envolvente.
Entrasse sem aviso com a bonança
De trazer-me, deste estado descontente.
Espalmasse os ventos em sua andança
E rir um riso largado de contente
Invadisse meu obscuro mundo em sua dança
A sussurrar meiguice, com jeito caliente.
Que tirasse deste peito meu o frio contido
A tristeza que marca desalmada
Meu olhar em desalinho estendido
Em sombrias figuras encravadas.
E viesse habitar este ser que se condena
Sem saber o que realmente vale a pena.
Ananindeua, 03/02/08 – 23h43.