Lusco-Fusco

*Versos Decassílabos*

Descem pelo poente, imaculados,

Os cirros em nuança d'oiro, belos,

Num lençol augustal, tão amarelos,

De linhos e cetins todos bordados...

O imaculado céu se veste agora,

D'imenso negro véu, levando as luzes,

D'um sol que se derrama pela aurora

Delindo as sombras destas tantas cruzes...

E a treva tão brumosa que se espalha,

Velando tudo nesta atra mortalha,

Desnuda os astros claros do infinito;

E as nuvens vestalinas, na pantalha,

Tragam tão indolentes a fornalha

Deixadas pelo sol, quente, bonito...!

Derek Soares Castro em Dueto Com Arão Filho.

06 de Janeiro de 2011

********************HLuna e a sua poesia iluminada********

Helena, o rondel é uma belíssima obra de arte e, os seus, vão além, são sopros da sua alma de poeta!

ENTARDECER (Rondel)

No lusco-fusco da tarde que declina,

vem a noite se achegando apressada.

O céu se mescla em cores, me fascina,

e minh'alma se queda enamorada.

É uma tela que parece iluminada,

pois que sei foi criada por mão divina.

No lusco-fusco da tarde que declina,

vem a noite se achegando apressada.

Nada, nada se compara, é arte fina,

com carinho, com ternura desenhada:

tem rosa, vermelho escuro, azul-piscina,

são cores as mais lindas e variadas.

No lusco-fusco da tarde que declina...

HLuna

Fortaleza-Ce, 07/01/2011

Aarão Filho
Enviado por Aarão Filho em 07/01/2011
Reeditado em 07/01/2011
Código do texto: T2714513
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