HOMENAGEM A CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Eu quero compor um soneto duro

como poeta algum ousara escrever.

Eu quero pintar um soneto escuro,

seco, abafado, difícil de ler.

(Carlos Drummond de Andrade)

HOMENAGEM A CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

(Mario Roberto Guimarães)

E escreveste, sim, soneto duro,

Mas não lograste teu maior intento,

Querias deixar versos ao relento,

Negando que pudessem ter futuro...

Ousaste produzir um tal invento,

Qual entre ele e nós houvesse um muro,

De forma a não haver modo seguro

De o compreendermos a contento...

Tentando dar-nos um soneto insano,

Ao qual tivessem todos aversão,

Pela culatra, eis que sai o tiro...

De tão diverso fim não me admiro,

Posto que é nata tua inspiração,

A ponto de frustrar teu louco plano.

Obrigado, Carlos Alberto, pela brilhante interação.

Mario escreveu soneto duro,

Drummond disse pintar de escuro,

os poemas têm a mesma alvura,

os poetas a mesma altura.

(Carlos Alberto de Souza)

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 06/01/2011
Reeditado em 08/01/2011
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