Soneto Secreto

Quando vens, tu me levas de mim mesmo.

Entre mortos, feridos tu me chamas,

Do meu mundo,sombrio, frio e ermo

Vejo o sol aos seus pés, ao pé da cama.

Nos teus olhos, me encontro entre dois mundos,

Um de amor, de paixão, desasossego

De valores e amores tão profundos,

Um fulgás de luxúria e desapego.

Mas se parte de mim é desmantelo

Outra parte de mim veracidade

Por que partes tão logo que te vejo?

Por que invejo em mim mesmo a lealdade,

De gozar e mimar o meu segredo

De te amar e morar noutra cidade.