O VELHO JANGADEIRO
Odir, de passagem
Alado lume ao longe. O lumeeiro
de um barco a vela tosco, uma jangada,
parecendo uma estrela à madrugada
ou mesmo alma penada de um veleiro.
Em mar aberto, velho jangadeiro,
anoitecendo a hora da chegada,
tenta içar uma arraia já fisgada,
num esforço supremo e derradeiro.
A luta é ingente. À pesca há muito afeito,
ele tenta alcançá-la, perde o jeito
e temendo perdê-la um abraço ensaia.
O lume alcança o raso, rarefeito.
A arraia gigante presa ao peito,
o jangadeiro chega morto à praia.
JPessoa, janeiro de 2011
Odir, de passagem
Alado lume ao longe. O lumeeiro
de um barco a vela tosco, uma jangada,
parecendo uma estrela à madrugada
ou mesmo alma penada de um veleiro.
Em mar aberto, velho jangadeiro,
anoitecendo a hora da chegada,
tenta içar uma arraia já fisgada,
num esforço supremo e derradeiro.
A luta é ingente. À pesca há muito afeito,
ele tenta alcançá-la, perde o jeito
e temendo perdê-la um abraço ensaia.
O lume alcança o raso, rarefeito.
A arraia gigante presa ao peito,
o jangadeiro chega morto à praia.
JPessoa, janeiro de 2011