SONETO IMPERFEITO
Perdido está meu penúltimo verso,
Dentro de algum caderninho disperso;
O último espero gerar entre meus dedos,
Os mesmos onde guardo meus segredos.
Eu tenho um poema não concluído,
Cheio de palavras, falho de sentido;
Uma poesia onde não posso me achar,
Onde se perdeu, em verso, o verbo amar.
Há quem espera um poema qualquer,
Do meu coração de triste mulher,
Feito com belas letras inclinadas.
Mas o que escrevi são horríveis rasuras,
(Nascidas nas minhas tardes escuras)
Donde surgem poesias inacabadas.
(Luciene Lima Prado)