Soneto n.174
NOSTALGIA
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Sim, eu sei por que me abandono:
é que tudo ao redor me aborrece,
e porque sobre mim sempre desce
uma espécie bem incrível de sono.
Das cores muito sóbrias de outono
é que a nostalgia brota... floresce,
e enquanto minha alma se esquece,
o esplim se instala, ele se faz dono.
Quisera não ter asas tão cansadas,
reencontrar as trilhas bem-amadas,
ainda tão brilhantes sob o orvalho.
Quisera eu... sim... eu quisera tanto
não te amar com esse forte encanto
que no coração agasalho. Mas falho!
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Silvia Regina Costa Lima
5 de dezembro de 2010
Obs: Poesia do eu-lírico.