A CHUVA.../PREDESTINADO (republicações- sonetos metrificados)

A CHUVA... (A todos os grandes sonetistas, em especial ao amigo Marco Aurelio Vieira).

Em decassílabos heroicos

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Essas folhas que o vento leva à rua

Se vão em algazarra imensa, à toa,

Vão suspensas na brisa, na garoa,

Envoltas na poeira que alça à pua.

Nem bem respinga e o céu todo enegrece,

As chuvas recheadas de águas puras

Formam fantasiosas, paz, figuras

Quais uns anjos robustos numa prece.

E a terra mui sedenta não tem medo,

Abre a boca e proclama o seu segredo,

Da fome que, à estiagem, morreria...

Chove!!! E a terra bebe o tal levedo...

Chove tanto, parece que é bem cedo!

Vejo, à varanda, em tudo a poesia...

Aarão Filho

São Luís-Ma, 30/12/2010

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PREDESTINADO

Em dodecassílabos alexandrinos

Tomara que essa prece te leve, criança,

Adiante, nas estradas deste imenso mundo,

Enquanto tens a vida igual ao vagabundo,

Mas apenas por ver-te, não, verde esperança...!

A tua mãe, teu pai, por onde andarão?

Dizes-me, muito triste, que não os tem mais

E que a tua estrada é de dor, sem beirais

Cheia de sombras em teu pobre coração!...

Lembro-me, então, do filho meu demais amado!!!

E tu, nas ruas, só, carente e abandonado,

E junto aos viciados, junto aos moribundos...(???)

E quem passa por ti (pois já tenho notado!)

Sequer pensa que tu és um predestinado

A ser um anjo puro no vindouro mundo...!

Arão Filho

São Luís-Ma, 30/12/2010

Aarão Filho
Enviado por Aarão Filho em 31/12/2010
Reeditado em 31/12/2010
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