SONHAR
Ao mar, estes martírios que profundos
Invadem as lacunas do olhar
São sonhos que no seio fez-se mundo
Quebranto dos anseios ao luar
Enlevam as areias frágeis passos
Das marcas que na alma se desfaz
São ondas que encobrem tal abraços
São verves que percorrem contumaz
O peito, que refém almeja o canto
Das pedras que se quebram no caminho
E fixa o olhar num horizonte
De amor que descortina como manto
Repleto de ternura e de carinho
Da paz do teu olhar, perene fonte