A MENTIRA II

José Neres

Assim como em esgoto ou lixo imundo

Nunca se deve tocar, o passado

Também deve ficar preso no fundo

Da memória sem nunca ser tocado.

Ao tocar-se nele sobe um vapor

De podridão que pode sufocar

Até mesmo o mais puro e nobre amor

E fazê-lo deixar de respirar.

Quem se constrói sobre mentira tanta

E que faz da mentira sua santa

Não diz verdade nem quando o amor pede.

Há quem viva o tempo todo em um nicho

De mentiras. Tal passado é como lixo.

Quanto mais se mexe mais ele fede.

José Neres
Enviado por José Neres em 29/12/2010
Código do texto: T2697784
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