MEU AMOR ME ABANDONOU
MEU AMOR ME ABANDONOU
Estava tão feliz, mas, a felicidade,
que é ainda mais efêmera do que a própria vida,
fugiu do ar que respiro. A alma está bem ferida
e meu coração parou, sem atividade.
Bem sei e entendo, eram juras proibidas,
mas não entendem desse tipo de maldades
o coração que ama e a alma que sente saudades,
rasguem-se, embora, as carnes da alma destruída.
O amor que nasceu ao toque de leve farfalho
com a mansidão de dois corações tristonhos
e estronda, empós, no peito, qual bumbo sob malho;
e essa voz quando se cala, calam os encômios;
cala a boca os sussurros e dispensa pálios;
a mente espera em prantos a morte dos sonhos.
Afonso Martini
281210 - 0h 10min.