TREM DE CARGA
Odir, de passagem
Havia um trem que sempre me acordava
no despertar das horas do esquisito.
Parecia chorar quando apitava,
parecia de choro aquele grito.
Numa sacola a minha mãe levava
para a gare, paçoca e pirulito.
Ao apito de adeus, ela voltava
e de mais doces refazia o rito.
Ao som do seu bater na caçarola,
eu pulava da cama e me vestia
do fato de estudante, ia à escola.
E na escola, quando o apito ouvia,
pensava em minha mãe e na sacola,
a carga do seu trem de cada dia!
JPessoa/PB
Odir, de passagem
Havia um trem que sempre me acordava
no despertar das horas do esquisito.
Parecia chorar quando apitava,
parecia de choro aquele grito.
Numa sacola a minha mãe levava
para a gare, paçoca e pirulito.
Ao apito de adeus, ela voltava
e de mais doces refazia o rito.
Ao som do seu bater na caçarola,
eu pulava da cama e me vestia
do fato de estudante, ia à escola.
E na escola, quando o apito ouvia,
pensava em minha mãe e na sacola,
a carga do seu trem de cada dia!
JPessoa/PB