TREM DE CARGA
Odir, de passagem

Havia um trem que sempre me acordava
no despertar das horas do esquisito.
Parecia chorar quando apitava,
parecia de choro aquele grito.

Numa sacola a minha mãe levava
para a gare, paçoca e pirulito.
Ao apito de adeus, ela voltava
e de mais doces refazia o rito.

Ao som do seu bater na caçarola,
eu pulava da cama e me vestia
do fato de estudante, ia à escola.

E na escola, quando o apito ouvia,
pensava em minha mãe e na sacola,
a carga do seu trem de cada dia!

JPessoa/PB

oklima
Enviado por oklima em 28/12/2010
Código do texto: T2696991
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