Já nem sabemos o que somos
Eu sou o amor nascido quando o tempo finda,
E sou momento deste tão sonhado instante,
Sou teu pensamento alheio vadio e esvoaçante.
Traduzindo em mim os traços de emoção infinda.
Sou teu possível compasso desta fatalidade,
Sou a travessia fugaz de uma amarga saudade,
Sou o pasto verde de teus sonhos ou verdade,
Eu sei que sou teus momento e atua sina.
Já não sei o que somos na vida meu amado,
Mas quando em teus braços, eu sou teu fado
E tu és para mim querido, a minha própria vida.
É isto o que num grande amor é na realidade
São dois seres que se entregam ao que parece
Ao destino da paixão, da dor e da saudade.