Despertar

Não é o alvor do teu corpo contorcido

nem é a tua cabeleira negra;

Não é o teu sono inquieto, aquecido

pela dor que te devora a natureza.

Não é a mosquinha enxerida pousada

sobre o teu braço direito (em que sossega

apoiada tua cabeça) nem tua cara abusada

praguejando antes que o dia amanheça

Não é o cheiro do café amargo feito

(às quatro da matina) para espantar o sono

e se espalha pelo ar sem defeito

Não é isso nem isto nem mesmo aquilo

que me sossega a alma e o espirito:

É o dia que desponta, simplesmente, tranquilo...

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 27/12/2010
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