Despertar
Não é o alvor do teu corpo contorcido
nem é a tua cabeleira negra;
Não é o teu sono inquieto, aquecido
pela dor que te devora a natureza.
Não é a mosquinha enxerida pousada
sobre o teu braço direito (em que sossega
apoiada tua cabeça) nem tua cara abusada
praguejando antes que o dia amanheça
Não é o cheiro do café amargo feito
(às quatro da matina) para espantar o sono
e se espalha pelo ar sem defeito
Não é isso nem isto nem mesmo aquilo
que me sossega a alma e o espirito:
É o dia que desponta, simplesmente, tranquilo...