SONETO DE UMA RIMA SÓ
Aristocrata preso em nobre ouro ensamblado
Banhado em prata faca mostra rosto esticado
A fruta em lata come e bebe e segue engasgado
Laranja em pata janta e dorme noites assombrado
Assume em ata exerce e escreve vícios acordado
Burguês na mata mata a caça em tiro ofuscado
Satã em sarta comprime escravos, reza perdoado
A mesa farta alastra e rompe um ego condenado
Um democrata oprime classes couro em estofado
Em concordata lucra percentagens malogrado
Em queda salta desce para cima afortunado
Jogar jogata vence a todos mesmo tão parado
A vida morta deve a alma em dia endiabrado
Em catarata vista grossa manda endinheirado