Segundo Soneto de Solidão
Fagner Roberto Sitta da Silva
Sonhos de amor que cultivei em vão
nos campos dos desejos de uma vida
para depois colher a solidão
como prêmio de minha grande lida.
Mas por que recebi este quinhão,
os vastos campos de ilusão perdida
onde, na solitária vastidão,
vejo tudo tornar-se despedida?
Se espalhei as sementes esperando
que apenas uma (apenas uma!) viesse
brotar foi na esperança de que, quando
for chegada a colheita, a natureza
me concedesse ver em minha messe
um fugidio instante de beleza!...
18 de dezembro de 2010.