SONETO ELETRÔNICO
=Reprisado-
Quero escrever na bancada meus sonetos,
mas só vejo ao derredor meus nuvistores,
alicates já sem corte, diodos, capacitores,
sucata que me encanta, material obsoleto.
Quisera ter integrados, cápsulas de eletreto,
varistores, mosfets, cristais e resistores,
instrumentos digitais, sensíveis detetores,
circuitos sem usar o percloreto.
Mas o tempo me aprisiona num portal
no meu rádio valvulado, o famoso "noveleiro",
que à noite me leva a cruzar o Equador.
E pergunto, por acaso, ao mundo virtual,
se vou sentir "on line" esse teu cheiro,
se posso "navegar" o nosso amor!