CORREMOS PARA O CAOS

Há muito tempo concebeu a Natureza

o predador vil, o homem de hoje, no seu seio.

O que temos de bom não tem muita grandeza.

O que nós temos de maldade é muito feio

e cada vez mais cresce a sua ligeireza.

Não estamos dispostos a pisar no freio

e assim fazer um ato de muita nobreza.

Nosso furor extinguirá o nosso meio.

Criamos a moeda e entramos na luxúria.

Com tanta usura vamos morrer muito ricos.

A Natureza não vai aguentar os picos

do capital e do trabalho em tanta fúria.

Como nada se perde nem também se cria,

após o caos, as novas formas terão dia.

(23/01/2005)

Almir Câmara
Enviado por Almir Câmara em 22/12/2010
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