Nossos Sonhos

Meu tempo de rapaz, já tão distante,

chega-me às vezes em rápidos lampejos

em que a memória pinça algum instante

do que era um poço de sonhos e desejos.

Tantos planos, ideaís, visões futuras

de quando a imaginação não tinha freios,

e só se enxergava o fim das aventuras

sem a preocupação de achar os meios.

Os arroubos que inflamam a mocidade

vão se apagando aos poucos com a idade

e paramos pra pensar, em vez de agir.

Só as rápidas lembranças, lampejando,

nos fazem uma outra vez ficar sonhando,

e sonhar é bem melhor do que dormir.

Amaury Nicolini
Enviado por Amaury Nicolini em 22/12/2010
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