Navalha Fina
O teu olhar - navalha muito fina
que corta minha tez desnuda e morna -
percorre minhas curvas e as contorna,
perfura o ventre meu e me alucina.
O teu olhar, que assim me desatina,
mil feixes de luar em mim entorna,
emprenha-me de luz e me transtorna,
torna-me frágil, sempre me domina.
O teu olhar me aquece – uma fornalha-,
quando me explora com carinho, calma,
que fico feito a chama d’um isqueiro.
O teu olhar, que corta igual navalha,
vasculha a intimidade de minh’alma
e toma posse de meu corpo inteiro.
Brasília, 22 de Dezembro de 2010
Pura chama, pág. 98
O teu olhar - navalha muito fina
que corta minha tez desnuda e morna -
percorre minhas curvas e as contorna,
perfura o ventre meu e me alucina.
O teu olhar, que assim me desatina,
mil feixes de luar em mim entorna,
emprenha-me de luz e me transtorna,
torna-me frágil, sempre me domina.
O teu olhar me aquece – uma fornalha-,
quando me explora com carinho, calma,
que fico feito a chama d’um isqueiro.
O teu olhar, que corta igual navalha,
vasculha a intimidade de minh’alma
e toma posse de meu corpo inteiro.
Brasília, 22 de Dezembro de 2010
Pura chama, pág. 98