A ROSA E O BOTÃO


Disse a rosa ao botão: “Eu não sou tua.
Retira-te de vez do meu caminho.
Sou primorosa flor, tu tens espinho...
Nada existe entre nós que nos construa.”

“Sou lótus nos jardins; vives na rua
Entre pedras que eu piso. Andas sozinho
Entre folhas caídas, sob o ninho,
Que se desfaz ao sol, sem a luz da lua.”

Respondeu-lhe o botão: “Ó linda rosa!
Espinho eu tenho no cravo em que estala
A pétala intocável da inocência

Perdida em ti, pois que já não mimosa,
Murcha e já morta, já não mais exala
A pura essência da tua existência.”





LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 21/12/2010
Reeditado em 25/12/2010
Código do texto: T2683417
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