ATÉ A SÍLABA FINAL
A noite se debate contra a aurora
O tempo, lento, se arrasta, hora-a-hora
E na longínqua massa escura das casas
Brilha tua imagem: Ó Anjo de imensas asas!
Meu corpo da tua lembrança se alimenta,
Não sinto fome, não me pára o cansaço,
Sou qual a Rosa -erguida nos espaços-
Sou qual Pétala que a "haste-flor" sustenta.
Mas, perdida num hiato de solidão,
Hei de transportá-lo, ir além do coração,
Para o mundo da matéria, mundo real
E assim, junto a Ti, viver o sentimento
-Amor de forma etérea, Amor de cimento-
Do primeiro momento, à sílaba final.
Recife, madrugada de 19/10/06