Soneto do Réquiem
É certo que havia um sonho de amor,
No nosso encontro de carências arfantes,
Soprando cinzas, buscando ainda o calor
Das esperanças nunca apagadas do antes.
É certo que o que parecia sedutor,
No suposto romance de caminhantes,
Talvez fosse escapar do vazio opressor
Que engoliam nossos sonhos ambulantes.
Por isso, já que tudo que deveria
Muito nascer de nós, nem floresceu,
Semente infértil que em solo minguaria,
Choram meus versos, neste soneto meu,
Não a morte de um amor – que não havia –
Mas de um sonho de amor que se perdeu...
É certo que havia um sonho de amor,
No nosso encontro de carências arfantes,
Soprando cinzas, buscando ainda o calor
Das esperanças nunca apagadas do antes.
É certo que o que parecia sedutor,
No suposto romance de caminhantes,
Talvez fosse escapar do vazio opressor
Que engoliam nossos sonhos ambulantes.
Por isso, já que tudo que deveria
Muito nascer de nós, nem floresceu,
Semente infértil que em solo minguaria,
Choram meus versos, neste soneto meu,
Não a morte de um amor – que não havia –
Mas de um sonho de amor que se perdeu...