DIAS TRISTES
Parece que vai ruir
Esse céu amargo e cinza
E mesmo que, ser feliz, eu finja
Sua sombra irá me possuir
Nos dias longos e vazios
A chuva cai afiada e intensa
Trazendo uma solidão tão densa
Que esmaga os meus desejos frios
Sem a lua que me acalanta
Sem o sol que me alimenta
Pareço um sopro de alma sedenta
Gemidos presos na garganta
Pesados segundos sangram
Dolentes melodias naufragam
Numa pálida lembrança que persiste
Num sôfrego e lúgubre instante
Ao sopro de um vento arfante
O tempo se arrasta triste.