Musa Oculta
Morena faceira a quem tanto quero...
Obra-prima, escultural, envolta em sutil mistério!
Acelera meu coração, quando por mim passa
Esbanjando simpatia, embelezando a praça.
Platônico é o amor que a ti dedico
Estátua nua de carrara em mármore rico
Bálsamo a lenir meu coração destroçado
Desejo agora acordar deste sonho ao teu lado.
Meu olhar de verruma te vigias cada passo...
Até ciúmes sinto. Confesso... Este é o meu jeito!
Perplexo, indago-me: Cometo um erro crasso?
Alimentar este louco sonho, ainda que acordado...
E viver - secretamente – teu inatingível amor
Creia musa, este é meu carma. Meu pesado fardo.
Soneto publicado na Antologia: Poetas Brasileiros Contemporâneos- v0l. 64 - da CBJE.