SONETO À SOLIDÃO

Senta aqui comigo e te aconchegas – vem!

Fala-me dos teus desesperos – para que?

Ontem passaste me olhando com desdém

Como se eu não precisasse mais de você.

Se é que te preocupa o amanhã sombrio,

Por isso varas noites relembrando sobras,

Veja! – também eu vivo este mesmo estio;

É a vida, amiga! – já nos forjando as dobras.

Somos iguais em tudo - causas e saudades,

E o tempo nos aconchega aos abraços;

Entregamo-nos às nossas intimidades!

Inventa! - mente coisas que eu também menti,

Sim, em qualquer língua - palavras desconexas...

Minha infalível amiga – senta aqui!

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 16/12/2010
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