SONETO À SOLIDÃO
Senta aqui comigo e te aconchegas – vem!
Fala-me dos teus desesperos – para que?
Ontem passaste me olhando com desdém
Como se eu não precisasse mais de você.
Se é que te preocupa o amanhã sombrio,
Por isso varas noites relembrando sobras,
Veja! – também eu vivo este mesmo estio;
É a vida, amiga! – já nos forjando as dobras.
Somos iguais em tudo - causas e saudades,
E o tempo nos aconchega aos abraços;
Entregamo-nos às nossas intimidades!
Inventa! - mente coisas que eu também menti,
Sim, em qualquer língua - palavras desconexas...
Minha infalível amiga – senta aqui!