Fim de caso (5)
Da nossa noite não restou estrela ou lua,
porque perdeu o seu fulgor, calor, ternura,
e só ficou, em nós, imensa dor, tristura,
a mágoa, que nos sangra e fere, mais que pua.
E bem distantes vão os dias de candura,
nos quais, assim, dizia: estou aqui, sou tua!
E me doava a ti, afoita, alegre, nua,
desconhecendo a dor, o fel da desventura.
Somente, tenho hoje, a tua indiferença,
e nada mais ficou, da noite estrelejada,
a lua se escondeu, fugiu na escuridão.
E tudo, enfim, se foi, depressa, sem detença,
o encanto, o brilho, a luz, da bela madrugada,
e se apagou, em nós, a chama da paixão.
Brasília, 16 de Dezembro de 2010.
Seivas d'alma, pág. 118
Da nossa noite não restou estrela ou lua,
porque perdeu o seu fulgor, calor, ternura,
e só ficou, em nós, imensa dor, tristura,
a mágoa, que nos sangra e fere, mais que pua.
E bem distantes vão os dias de candura,
nos quais, assim, dizia: estou aqui, sou tua!
E me doava a ti, afoita, alegre, nua,
desconhecendo a dor, o fel da desventura.
Somente, tenho hoje, a tua indiferença,
e nada mais ficou, da noite estrelejada,
a lua se escondeu, fugiu na escuridão.
E tudo, enfim, se foi, depressa, sem detença,
o encanto, o brilho, a luz, da bela madrugada,
e se apagou, em nós, a chama da paixão.
Brasília, 16 de Dezembro de 2010.
Seivas d'alma, pág. 118