SOMENTE PAIXÃO
SOMENTE PAIXÃO
Quando a vejo em fotos ou na realidade
com dança das ancas no desfile da rua,
cuido, por descuido, ver sua carne nua
E um quente manjar em disponibilidade.
Quando a creio tão displicentemente crua
o ser todo se eriça e atiça a vontade
no afã de abordá-la com sensualidade
quando escuto o cricrilo que na noite atua
Mas pressinto, também, os atentos da mente
e o alerta me surge masturbando a razão
que, ruminando, castiga o sexo latente.
Aconselha e previne que é mera ilusão;
é a natureza uivando no corpo da gente.
É saúde e é gozo; é somente paixão.
Afonso Martini – 161210