ENQUANTO EU ESTIVER LONGE
Enquanto eu estiver longe me concede
A pequena porção das tuas lembranças
Em que tu vê-nos tais como crianças
Deixadas a gritar contra a parede
E tanto padeci nas mãos da sede!
Não te quis, Compaixão das Esperanças!
Dúzias de vezes me cravaste lanças
Enquanto eu debatia-me na tua rede
Mais forte a cada vez minha algesia
Tornando vai-me mais que viciado
No devaneio que outrora em mim cabia
- O vejo tomar conta do que eu sinto -
Levaste para a treva a alma de um bardo
Que busca hoje, na boca, um fogo extinto!