ENQUANTO EU ESTIVER LONGE

Enquanto eu estiver longe me concede

A pequena porção das tuas lembranças

Em que tu vê-nos tais como crianças

Deixadas a gritar contra a parede

E tanto padeci nas mãos da sede!

Não te quis, Compaixão das Esperanças!

Dúzias de vezes me cravaste lanças

Enquanto eu debatia-me na tua rede

Mais forte a cada vez minha algesia

Tornando vai-me mais que viciado

No devaneio que outrora em mim cabia

- O vejo tomar conta do que eu sinto -

Levaste para a treva a alma de um bardo

Que busca hoje, na boca, um fogo extinto!

Gabriel Castela
Enviado por Gabriel Castela em 14/12/2010
Reeditado em 19/01/2012
Código do texto: T2670715
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.