Solitude
 
O beijo que ninguém, enfim, beijara

ficara ali, na boca, pelos cantos,
em meio a mil desejos, risos, prantos
que se escorreram sobre a pele clara.
 
No insaciado corpo, mil desejos
queimaram, como as lavas de um vulcão,
retidos entre sonhos de paixão,
por entre os véus do olhar, de tantos pejos.
 
Perdeu-se, só, no tempo, nos seus mantos,
em meio a mil anseios e fulgores,
nos sonhos que, de amor,  em vão sonhara...
 
E assim, sem ver, a vida se passara,
passaram seus encantos, seus verdores,
e até os seus pudores, que eram tantos!
 
Brasília, 12 de Dezembro de 2010.
Livro: Sonetos Diversos, pg. 48
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 12/12/2010
Reeditado em 19/08/2020
Código do texto: T2667185
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.