LÁGRIMAS VÃS
 


Ante tudo que impera em minha alma
Arranco da garganta, o soluçado grito
Trago lenços de esperança na palma,
Verto lágrimas vãs no silente infinito...
 
Vivo em mutismo, fatal contemplação...
De quem espera por justiça mais divina;
Quedo perante oráculo em fiel adoração
E sofro o pecado que esta vida abomina;
 
Um mundo inconstante de vil desgosto...
Um instante, um sulco que trago no rosto
E nada, nada que me faça mais segura...
 
Quero ser o contraste deste cálice de fel,
Quero ter a alegria de quem busca no céu
A claridade de sol à minha alma obscura!