PORTA ABERTA
PORTA ABERTA
O meu coração que parece de brinquedo
foi passear nos jardins do céu e colheu flores;
foi transformar estrelas em novos amores;
da violência dos vendavais perdeu o medo.
Engoliu sapos lindos de vários sabores;
obrigou satélites contar-lhe seu segredo;
escreveu do seu destino seu próprio enredo
e hoje abre as portas e expulsa seus dissabores.
Deixou os brinquedos e quer um amor concreto;
degustar amor como a alma absorve a saudade,
qual mãe que alimenta o filho com puro afeto.
Ascendeu ao céu como quem do inferno se evade;
na esgrima de amor sua arma fere desafetos,
... e veste, enfim, a farda da felicidade.
Afonso Martini
111210
23h38min