EU EXISTO
Odir, de passagem
Enquanto o amor me permitir carinho,
desse carinho são, que em sonho assisto,
mesmo que triste esteja em ser sozinho,
enquanto houver uma ilusão, existo.
Enquanto rosas rosem no caminho
por onde passa o tempo a mim previsto,
enquanto eu verse a voz de um passarinho
cantando a vida de seu ninho, existo!
Enquanto houver a paz, mesmo discreta,
vinda do pão incorporado em Cristo,
quando a felicidade for completa;
Se do que sou restar algum registo,
enquanto o pranto de algum poeta
soluce um só soneto meu, existo!
JPessoa, 07.12.10