A dor da pele

Pensei ser de outra cor, muito distante

Essa que em mim carrego. É de outras eras...

É cor da história, sal da hora mutante,

A genesis do Livro das Esferas.

A minha cor se abranda... Quem diria!

Saída de um borralho, quis ser nobre.

Meus olhos esmeraldas - poesia!

Minha alma, o verso triste - ouro e cobre.

Ó tom que me és estranho, o decomponho

Em epopeicas lutas... Muitas vidas!

E, nelas, aos milhões, eu tive um sonho:

Vi, na luz, o indizível a espalhar-se,

Nas sombras frias das peles sofridas:

O homem se formando, a consolar-se.

Canoas, dezembro de 2010/RS

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 10/12/2010
Reeditado em 13/01/2013
Código do texto: T2664145
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