NÓ CEGO [CCLVI]

Tu vais estar-me impressa na memória,

difusa à beça, dentro do meu cerne,

muito invisível, desde a minha derme

– formosa ninfa que me faz história.

Hei de ficar-me em ti, qual paquiderme

que mais trabalha em causa meritória,

a resgatar do néctar pasto e glória,

que só bem nos amarmos nos concerne.

Unos, dois entes pelo amor fundidos,

corpos no etéreo, sempre tão cingidos

por nó bastante cego que se estreita.

Distantes, mas, em tese, e tão-somente,

pois em minh’alma a tua vem presente,

sem que ninguém levante nem suspeita.

Fort., 10/12/2010.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 10/12/2010
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