Translúcidas gotas
Translúcidas gotas, dos meus poros, santas,
Que minha dor sossega com seu nino
Lágrimas que o coração em desatino
Jorra em meu rosto, em horas tantas.
Faz-me, aos acordes do destino,
Lavar minha alma em suas águas soltas
Sobre a tez que a desliza a perdidas contas
Nessa vida onde as dores não têm término.
Águas claras que com teu bálsamo afrontas
Os medos que em meu querer eu não domino
E que com suavidade os amedrontas.
E, com toda delicadeza e refino
Essa minha existência acalantas
Lavando-me, com seu poder divino.