Mercado da alma
Neste quarto frio e úmido sobrevivo,
Na epiderme deste disfarce pífio,
No gelo destes braços incógnitos,
Na veracidade deste mundo sombrio.
Busco a moeda sórdida que mal me alimenta,
No fascínio deste batom que habita meus lábios,
E eternizo o capítulo deste libido de momento,
Eu, a roupa que vestem sem nenhum juramento.
Este lascivo corpo de pecados inglórios,
Na vertigem destes meus atos réprobos,
Enxerga-me um mundo por diversos olhos,
Na estupidez do apetite da espécie,
Na mercancia de minha reles vida,
Alienei minha alma, tornei-me inferno.