Noturna Dor

Cá, em nome dos atraiçoados,

Nos escuros gemidos mórbidos,

Meus gritos em lábios elados,

Urram no silêncio dos sórdidos,

Voz atroz e canção de fados,

Impura faca aos laços pérfidos,

Na entranha pura dos enervados,

Na carne ébria dos mais pútridos,

Com a dor a vigor do fogo,

Eis que renasce o deixado,

Na noite taciturna em análogo,

Ao ar morto do cruel versado,

Donde a vida é apenas prólogo,

Em corpo nu do jazer sagrado.

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 09/12/2010
Código do texto: T2661584
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