Noturna Dor
Cá, em nome dos atraiçoados,
Nos escuros gemidos mórbidos,
Meus gritos em lábios elados,
Urram no silêncio dos sórdidos,
Voz atroz e canção de fados,
Impura faca aos laços pérfidos,
Na entranha pura dos enervados,
Na carne ébria dos mais pútridos,
Com a dor a vigor do fogo,
Eis que renasce o deixado,
Na noite taciturna em análogo,
Ao ar morto do cruel versado,
Donde a vida é apenas prólogo,
Em corpo nu do jazer sagrado.