Passando... o tempo.
Limitado não sou, sempre estou e não racho.
Ajudo um guaxe ser se construindo ninho.
Capaz de tudo ver, nunca estou sozinho.
Tempo, enfim, ao letárgico um tributo eu taxo
Ainda assim, apesar de mim, escorre o riacho,
Brilha o sol, flori a flor, cresce no campo o pinho,
Continuam as mães a dispensar carinho
E persiste, da terra, a brotar sonho em cachos.
Cego ao passar de mim, brilha o azul do mar.
De explosão multicor, o dia amanhece novo.
Renasço neles, luz que revigora o povo.
Inexorável passo, sem jamais parar,
Sem parar para ver a flor em botão crescer;
Dou-me, porem, inteiro, pro jardim nascer!