Quando no mundo restar somente esta noite
E estas estrelas forem as últimas que verei
Ao Criador eu humildemente agradecerei
Por tantas vezes onde o céu me foi pernoite
 
Se entre as estrelas é que Deus fez sua morada
Se é entre os astros que fulgura o Amor Divino
Nesta última noite quero vir como o menino
Que se encharcava brincando na enxurrada
 
Os pés descalços, o tronco nu, a Alma entregue
Virei sozinho, contrito, pela estrada que anoitece
As mãos postas titubeando uma esquecida prece
 
Os olhos postos, peço a Deus que não me negue
O acolhimento em seu brando manto cor de céu
E que a sua misericórdia me acolha em seu dossel