SONETO DA VOLTA
Quem diria que voltaria? Quem diria?
Aguardei-o pelas tardes... Tantos dias
Quantas noites... Madrugadas vazias
No início não me cabia de alegria
Corria a chegada de cada veleiro
Indagava a todos de seu paradeiro
Onde andaria meu amado guerreiro
Ter-me-ia abandonado, sorrateiro?
Depois sangrei só meus sentimentos
Amarguei dores, cicatrizei ferimentos
Fartei-me deitar-me entre lamentos
Esperança cansa, murcha, se esvazia
Justo agora que troquei a fotografia
Que ironia! Me aparece... Quem diria?