Soneto sujo

A tua imagem me causa

um profundíssimo nojo.

De tão negro em seu despojo,

meu coração se tem em pausa.

Tens o cheiro da repugnância

impregnado em minhas narinas;

Como é pouca tua importância...

Oh, tu, ave de rapina!

Teu nome em minha boca

tem o gosto do que é podre

e que ressoa - em meio à náusea -

[da minha voz rouca

Tua tez, teu corpo todo nu,

teus cabelos, teus dentes, dou

[numa bandeja

de alimento aos urubus...

(A Augusto dos Anjos)

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 06/12/2010
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