SONETO MALUCO
SONETO MALUCO
Volúvel eu não sou. Sou vate do lirismo.
Não lembro quem o escreveu, mas um dito assim
diz “omnia licit poetis et pictoribus ”
e essa verdade está escrita no catecismo.
Me impregna o lirismo como o odor do alecrim;
sentir enorme prazer nesse masoquismo
faz-me solfejar trilhas de doce erotismo
como comum é por terra viajar de ônibus.
Quando o dom existe no poeta e ele o usa
existem diversas, não somente uma musa
que merecem esse mimo em tom tão arminho.
Mas amor a uma só mulher dedico... e ela o sabe,
que do peito não quero arrancar, nem com sabre,
pois dela é meu coração com muito carinho.