SONETO MALUCO

SONETO MALUCO

Volúvel eu não sou. Sou vate do lirismo.

Não lembro quem o escreveu, mas um dito assim

diz “omnia licit poetis et pictoribus ”

e essa verdade está escrita no catecismo.

Me impregna o lirismo como o odor do alecrim;

sentir enorme prazer nesse masoquismo

faz-me solfejar trilhas de doce erotismo

como comum é por terra viajar de ônibus.

Quando o dom existe no poeta e ele o usa

existem diversas, não somente uma musa

que merecem esse mimo em tom tão arminho.

Mas amor a uma só mulher dedico... e ela o sabe,

que do peito não quero arrancar, nem com sabre,

pois dela é meu coração com muito carinho.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 06/12/2010
Reeditado em 08/12/2010
Código do texto: T2656176
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